domingo, 21 de junho de 2009

Cultura Popular e Mercadoria

A Cultura popular deve ser imutável? Anacrônica, ahistórica? Não compreendo a insistência em mantê-la atrelada às antigas tradições, muitas vezes inventadas em relações de dominação e submissão. Causa incômodo assistir a grupos tão ricos musicalmente, tão fortes e dedicados, aprisionados em velhos clichês e posturas hierarquizantes. Alguns diriam que a força reside na hierarquia, eu, por outro lado, insisto que ela surge, é inventada, no encontro com o outro e no desejo de fazer parte. Mas em que medida esta possibilidade de fazer parte, de conhecer o processo de criação, em que medida a possibilidade de romper com antigos e novos estereótipos é possível dentro da concepção mercadológica de cultura? Até que ponto é possível não se deixar catalogar? O catálogo garante a especificidade da mercadoria e a insere em uma gama possível de alterações. Como nós, artistas, podemos não nos deixar catalogar e ainda assim viver da arte?

Nenhum comentário:

Postar um comentário